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Com Diego Soares

Belém-Pa

História do Círio de Nossa Senhora de Nazaré de Belém do Pará

O termo “Círio” tem origem na palavra latina “cereus” (de cera), que significa vela grande de cera

Publicada em 10/10/21 às 10:57h - 141 visualizações

por Santuário Basílica de São Sebastião-RJ


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 (Foto: Reprodução)

Realizado em Belém do Pará há mais de dois séculos, o Círio de Nazaré é uma das maiores e mais belas procissões católicas do Brasil e do mundo. Reúne, anualmente, cerca de dois milhões de romeiros numa caminhada de fé pelas ruas da capital do Estado, num espetáculo grandioso em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, a mãe de Jesus.

No segundo domingo de outubro, a procissão sai da Catedral de Belém e segue até a Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem da Virgem fica exposta para veneração dos fiéis durante 15 dias. O percurso é de 3,6 quilômetros e já chegou a ser percorrido em nove horas e quinze minutos, como ocorreu no ano de 2004, no mais longo Círio de toda a história.

Na procissão, a Berlinda que carrega a imagem da Virgem de Nazaré é seguida por romeiros de Belém, do interior do Estado, de várias regiões do país e até do exterior. Em todo o percurso, os fiéis fazem manifestações de fé, enfeitam ruas e casas em homenagem à Santa. Por sua grandiosidade, o Círio de Belém foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial.

Além da procissão de domingo, o Círio agrega várias outras manifestações de devoção, como a trasladação, a romaria fluvial e diversas outras peregrinações e romarias que ocorrem na quadra Nazarena.

O domingo do Círio começa com a celebração de uma missa em frente à Catedral metropolitana de Belém, a Sé, às 5h30. Ao término da missa, às 6h30, é iniciada a procissão que percorre as ruas de Belém até a Praça Santuário de Nazaré, em um percurso de 3,6 quilômetros. Em 2004, o trajeto foi cumprido em 9 horas e 15 minutos, sendo registrado como o Círio mais longo de toda a história.

A cada ano, o Círio de Nazaré atrai um número maior de romeiros, reunindo, além dos fiéis de Belém e do interior do Estado, devotos de várias regiões do país e até mesmo visitantes estrangeiros. Durante todo o trajeto feito pela imagem de Nossa Senhora, os devotos fazem diversas manifestações de fé, além de enfeitar as ruas e casas em homenagem à Santa.

Por sua grandiosidade, o Círio de Belém foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio cultural de natureza imaterial. Mérito conquistado não só pela Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, mas também pelo simbolismo da corda do Círio, que todos os anos é disputada pelos promesseiros que enchem as ruas de Belém de fé e emoção; dos carros de promessas, que carregam as graças atendidas pela Virgem; dos mantos de Nossa Senhora, que a deixam ainda mais linda; da Berlinda, que se destaca na multidão carregando a pequena imagem tão singela e do hino “Vós sois o Lírio Mimoso”, canção que embala os milhares de corações que acompanham o Círio em uma só voz.

Após a grande procissão, a imagem da Virgem fica exposta no altar da Praça Santuário para visita dos fiéis durante 15 dias, período chamado de quadra nazarena.

Curiosidade

O termo “Círio” tem origem na palavra latina “cereus” (de cera), que significa vela grande de cera. Por ser a principal oferta dos fiéis nas procissões em Portugal, com o tempo passou a ser sinônimo da procissão de Nazaré aqui Belém e de muitas outras pelas cidades do interior do Pará.

História da devoção à N. S. de Nazaré

A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, e teria saído da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361, tendo sido esculpida por São José. Em decorrência de uma batalha, a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, a imagem foi encontrada. A notícia se espalhou e muita gente começou a venerar a Santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela.

No Pará, foi o caboclo Plácido José de Souza quem encontrou, em 1700, às margens do igarapé Murutucú (onde hoje se encontra a Basílica Santuário), uma pequena imagem da Senhora de Nazaré. Após o achado, Plácido teria levado a imagem para a sua choupana e, no outro dia, ela não estaria mais lá. Correu ao local do encontro e lá estava a “Santinha”. O fato teria se repetido várias vezes até a imagem ser enviada ao Palácio do Governo. No local do achado, Plácido construiu uma pequena capela.

Em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, em Belém do Pará. Organizado pelo presidente da Província do Pará, capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho, o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro. Mas, a partir de 1901, por determinação do bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro.

Tradicionalmente, a imagem é levada da Catedral de Belém à Basílica Santuário. Ao longo dos anos, houve adaptações. Uma delas ocorreu em 1853, quando, por conta de uma chuva torrencial, a procissão – que ocorria à tarde – passou a ser realizada pela manhã.

OS SÍMBOLOS DO CÍRIO

Imagem Autêntica

Chamada de imagem “autêntica” ou “imagem do achado”, a escultura de madeira encontrada pelo caboclo Plácido, no ano de 1700, tem 28 cm de altura, cabelos caídos sobre o ombro direito e carrega ao colo o Menino Jesus despido com um globo nas mãos. Aos pés da Virgem, há a cabeça alada de um anjo, que é o símbolo iconográfico da glória celestial. Na Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, a imagem autêntica fica em redoma de cristal no altar-mor, o Glória , entre anjos, nuvens e um belo esplendor de raios. De lá, ela só é retirada uma vez ao ano, numa cerimônia conhecida como a “Descida da Imagem” ou “Descida do Glória”, que ocorre na véspera do Círio, às 13h. Após a descida do Glória, durante toda a quinzena da Festa, a imagem fica num nicho instalado no presbitério, portanto mais perto dos devotos. Desde que foi encontrada, a imagem autêntica já foi restaurada três vezes. Ela é coberta por um manto canônico, trabalhado com fios e enfeites de ouro.

Imagem Peregrina

A partir de 1969, por motivos de segurança, a imagem autêntica que era levada nas procissões do Círio foi substituída por outra, que é uma cópia alterada da imagem encontrada por Plácido. É chamada de “imagem peregrina” porque sai em todas as procissões e cerimônias oficiais da festa Nazarena . Durante o ano, ela fica na sacristia da Basílica Santuário.

Manto

Segundo a lenda do achado da Imagem da Virgem de Nazaré, ela já estava com um manto no momento em que foi encontrada pelo caboclo Plácido. A tradição foi mantida e, ao longo dos anos, ela foi ganhando vários outros. Em 1953, a imagem autêntica recebeu um manto bordado a ouro e pedras preciosas, além de receber a Coroa Pontifícia. A confecção dos primeiros mantos é atribuída à irmã Alexandra, da Congregação das Filhas de Sant’Ana, do Colégio Gentil Bittencourt. Ela confeccionava o manto e o promesseiro doava o material. Foi assim até sua morte, em 1973. Depois disso, quem assumiu a missão foi a ex-aluna e ajudante, Esther Paes França, que fez 19 mantos. Daí em diante, vários católicos e estilistas famosos passaram a confeccionar o manto.

Berlinda

A berlinda começou a fazer parte do Círio a partir de 1855, em substituição a uma espécie de carruagem puxada por cavalos ou bois, chamada de palanquim. Em 1880, o Bispo Dom Macedo Costa mandou fazer uma berlinda que levasse a imagem sozinha. Em 1926, a berlinda foi transformada em andor e assim saiu até o Círio de 1930. Hoje a berlinda que carrega a imagem da Virgem de Nazaré na procissão do Círio já é a quinta da história. Confeccionada em 1964, pelo escultor João Pinto, ela tem estilo barroco e é esculpida em cedro vermelho. Ornamentada com flores naturais na véspera do Círio, a Berlinda é colocada sobre um carro com pneus, que na procissão é puxado pela corda conduzida pelos devotos.

Corda

A corda faz parte do Círio há 156 anos e foi introduzida em 1855, quando a berlinda ficou atolada por conta de uma chuva. Mas só no ano de 1885 a corda foi inserida oficialmente no Círio, substituindo os animais que puxavam a berlinda. Desde então, foi incorporado à festividade e, passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis. A cada ano, milhares de fiéis disputam um espaço para tocar na corda do Círio, a fim de pagar promessas e prestar homenagens à Virgem de Nazaré. “Ir na corda” é considerado um dos maiores atos de fé e devoção à Mãe de Jesus. Nos últimos anos, o ícone que tem 400 metros de comprimento e duas polegadas de diâmetro tem sido fabricado em Santa Catarina e é doada por um devoto anônimo. O transporte da corda até Belém também é doado pela transportadora Novo Progresso.

Campanha

Para levar um pedacinho desse símbolo para casa, a cada ano a corda era cortada pelos devotos com mais antecedência. Em 2011, por causa da necessidade de manter vivo este símbolo tão importante de devoção à Nossa Senhora e, também, evitar possíveis acidentes durante as procissões, a Diretoria da Festa de Nazaré começou uma campanha contra o corte prematuro da corda. O arcebispo Dom Alberto Taveira espera os devotos em frente ao Colégio Santa Catarina, para uma benção. O objetivo é que a corda seja cortada pela própria organização do Círio e distribuída aos fiéis.

Carros

Além da berlinda, outros treze carros acompanham a procissão do Círio. Eles são um símbolo importante da devoção mariana, onde os romeiros depositam objetos de promessa que carregam durante a procissão. Um desses carros – o dos Milagres – se refere ao milagre que teria ocorrido no ano de 1182, quando o fidalgo português Dom Fuas Roupinho, prestes a despencar num abismo com seu cavalo, recorreu a Nossa Senhora de Nazaré. Há, também, o Carro do Caboclo Plácido, o Barco dos Escoteiros, a Barca Nova, Carro do Anjo Custódio, Barca com Velas, Carro do Anjo Protetor da Cidade, a Barca Portuguesa, o Carro dos Anjos I, Barca com Remos, Carro dos Anjos, o Carro da Santíssima Trindade e o Cesto das Promessas.

Cartaz

A cada ano, os cartazes do Círio são produzidos para distribuição à população, que tem por hábito afixar nas portas de suas casas, como uma homenagem daquele lar à padroeira. Este ano, representa a beleza e a simplicidade com que Deus age na vida do seu povo. É necessário estarmos em sintonia com Ele para percebermos a sua ação em nossas vidas. Em primeiro plano contemplamos a Virgem de Nazaré que traz nos braços o nosso Salvador. Por detrás da imagem peregrina as fitinhas coloridas tão intimamente ligadas à nossa devoção popular, compõem de maneira harmoniosa um belíssimo resplendor que imediatamente evoca os raios de um ostensório, objeto litúrgico usado para a Adoração do Santíssimo Sacramento. Maria é a Mulher Eucarística porque nos apresenta seu filho Jesus e convida-nos a viver em perene ação de graças por tudo o que d’Ele recebemos.

Hino

“Vós Sois o Lírio Mimoso” é considerado o hino oficial do Círio de Nazaré. Composto em 1909 pelo poeta maranhense Euclides Farias, posteriormente, foi acrescido de um estribilho – escrito pelo advogado Aldebaro Klautau – que cita o nome da Senhora de Nazaré. O hino “Virgem de Nazaré” é, originalmente, um poema de autoria da poetisa paraense Ermelinda de Almeida, que por volta dos anos 60 foi musicado pelo Pe. Vitalino Vari. “Maria de Nazaré” tem letra e música do sacerdote mineiro Pe. José Fernandes de Oliveira (Pe. Zezinho) e foi composto em 1975. “Nossa Senhora da Berlinda” tem letra e música do Pe. Antônio Maria Borges e foi composta em 1987.

Promesseiros

Eles são uma das imagens mais emocionantes da Festa da Rainha da Amazônia. Além dos que vivem em Belém, chegam promesseiros do interior do Pará, de outros Estados e até de outros países. Muitos seguem a romaria descalços; outros vestem seus filhos de anjos, puxam a corda, distribuem água, carregam objetos de cera que representam curas alcançadas. Também é comum ver os fiéis carregando pequenas casas na cabeça e cruzes de madeira. O sacrifício às vezes supera os limites da dor e alguns fiéis seguem de joelhos toda a procissão.

Museu

Os objetos carregados pelos fiéis são selecionados e parte deles vai para o Museu do Círio, que funcionou na cripta da Basílica Santuário até o ano de 2002, sendo transferido para o complexo Feliz Lusitânia em 2003. Outra parte dos objetos vai para a exposição permanente do Memorial e Nazaré e também para a Estação dos Carros, uma espécie de depósito/museu com mais de 800 metros quadrados, que fica na área do Arraial de Nazaré, onde, durante todo o ano, ficam guardados a berlinda e os carros levados na grande procissão.

Terço da Alvorada

Durante a quinzena da Festividade de Nazaré, dezenas de pessoas se revezam em orações, conduzindo uma réplica da Imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelas ruas no entorno da Basílica. O Terço da Alvorada acontece diariamente, às 5h30, até o sábado que antecede o Encerramento da Festa. (…)
 

(Fonte: Santuário Basílica de São Sebastião-RJ/Frades Capuchinhos – excertos)




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